Ao Vivo
By Rafael Rodrigues Costa
Continuamente redescoberto desde que passou a figurar nos toca-discos de DJs europeus na década de 1990, o cantor e compositor carioca Marcos Valle diz que as coisas têm ido até ele para serem abraçadas. É assim com o público jovem que encontra em suas frequentes turnês pelo Velho Continente; com os recentes relançamentos por um selo americano dos LPs Garra (1971), Previsão do Tempo (1973), Marcos Valle (1970) e Vento Sul (1972) (dos dois últimos, respectivamente, vêm as faixas “Ela e Ela” e “Bôdas de Sangue”, recentemente sampleadas pelos rappers Jay Z e Kanye West). Em 2012, teve seus dez primeiros discos reeditados pela EMI.
“Não é que eu não lute pelas coisas. Quando elas se apresentam, corro atrás, aproveito, gosto muito de trabalhar”, diz Valle, em entrevista por telefone para a Gazeta do Povo. “Mas tudo tem vindo de fora para mim. Eles vão lá, mergulham nas músicas e trazem isso tudo”, conta o cantor, que completa 70 anos em setembro.
“Os organizadores de um show que teria vários artistas de diversos estilos em comemoração aos 80 anos do Corcovado em 2011 tiveram a ideia de me juntar com a Stacey, que é uma cantora de jazz das mais respeitadas, adora música brasileira e era fã da minha música. E não sabiam que eu era fã da Stacey, porque recentemente já a tinha ouvido e adorei”, conta Valle.
Cantaram “Samba de Verão”. A parceria revelou uma sintonia total entre os cantores e motivou um novo show no ano seguinte – desta vez com apresentações em Fortaleza, São Paulo e Rio de Janeiro, só com músicas de Valle.
“Não havia ideia de CD, mas vimos que o show estava com uma força muito grande, estava bom demais para a gente. Fizemos a gravação por nossa conta para ver o que dava”, conta o músico. “Quando ouvimos, adoramos. A mágica que tinha nos shows estava presente nas gravações.”
Calhou de o repertório, montado a partir das canções de Valle que tinham letras em inglês, revelasse partes significativas de sua carreira.
Seis delas – “The Face of Love (Seu Encanto)”, “The Answer (A Resposta)”, “Summer Samba (Samba de Verão)”, “Gente”, “Passa por mim” e “If You Went Away (Preciso Aprender a Ser Só)” estão presentes no segundo LP de Marcos Valle – O Compositor e o Cantor (1965), que o consolidou como um dos maiores compositores da música brasileira. Duas, inéditas, trazem Stacey Kent em sua língua-mãe – “Drift Away”, novíssima parceria de Valle com o australiano Peter Hall – e em domínio perfeito do francês – “La Petite Valse”, tema originalmente instrumental letrado pelo compositor francês Bernie Beaupere.
Os arranjos são todos da lavra de Valle e do trompetista Jessé Sadoc, que os executa ao lado de Marcelo Martins (sax e flauta), Aldivas Ayres (trombone), Luiz Brasil (guitarra), Alberto Continentino (contrabaixo) e Renato “Massa” Calmon (bateria) em linguagem e sonoridade jazzística orientada pela presença de Stacey e do saxofone à Stan Getz de Jim Tomlinson (parceiro e marido da cantora). “É um disco ao vivo, orgânico, sincero. Para um amadurecimento de 50 anos se encaixa perfeitamente”, comemora Valle.
By Rafael Rodrigues Costa
Continuamente redescoberto desde que passou a figurar nos toca-discos de DJs europeus na década de 1990, o cantor e compositor carioca Marcos Valle diz que as coisas têm ido até ele para serem abraçadas. É assim com o público jovem que encontra em suas frequentes turnês pelo Velho Continente; com os recentes relançamentos por um selo americano dos LPs Garra (1971), Previsão do Tempo (1973), Marcos Valle (1970) e Vento Sul (1972) (dos dois últimos, respectivamente, vêm as faixas “Ela e Ela” e “Bôdas de Sangue”, recentemente sampleadas pelos rappers Jay Z e Kanye West). Em 2012, teve seus dez primeiros discos reeditados pela EMI.
“Não é que eu não lute pelas coisas. Quando elas se apresentam, corro atrás, aproveito, gosto muito de trabalhar”, diz Valle, em entrevista por telefone para a Gazeta do Povo. “Mas tudo tem vindo de fora para mim. Eles vão lá, mergulham nas músicas e trazem isso tudo”, conta o cantor, que completa 70 anos em setembro.
“Os organizadores de um show que teria vários artistas de diversos estilos em comemoração aos 80 anos do Corcovado em 2011 tiveram a ideia de me juntar com a Stacey, que é uma cantora de jazz das mais respeitadas, adora música brasileira e era fã da minha música. E não sabiam que eu era fã da Stacey, porque recentemente já a tinha ouvido e adorei”, conta Valle.
Cantaram “Samba de Verão”. A parceria revelou uma sintonia total entre os cantores e motivou um novo show no ano seguinte – desta vez com apresentações em Fortaleza, São Paulo e Rio de Janeiro, só com músicas de Valle.
“Não havia ideia de CD, mas vimos que o show estava com uma força muito grande, estava bom demais para a gente. Fizemos a gravação por nossa conta para ver o que dava”, conta o músico. “Quando ouvimos, adoramos. A mágica que tinha nos shows estava presente nas gravações.”
Calhou de o repertório, montado a partir das canções de Valle que tinham letras em inglês, revelasse partes significativas de sua carreira.
Seis delas – “The Face of Love (Seu Encanto)”, “The Answer (A Resposta)”, “Summer Samba (Samba de Verão)”, “Gente”, “Passa por mim” e “If You Went Away (Preciso Aprender a Ser Só)” estão presentes no segundo LP de Marcos Valle – O Compositor e o Cantor (1965), que o consolidou como um dos maiores compositores da música brasileira. Duas, inéditas, trazem Stacey Kent em sua língua-mãe – “Drift Away”, novíssima parceria de Valle com o australiano Peter Hall – e em domínio perfeito do francês – “La Petite Valse”, tema originalmente instrumental letrado pelo compositor francês Bernie Beaupere.
Os arranjos são todos da lavra de Valle e do trompetista Jessé Sadoc, que os executa ao lado de Marcelo Martins (sax e flauta), Aldivas Ayres (trombone), Luiz Brasil (guitarra), Alberto Continentino (contrabaixo) e Renato “Massa” Calmon (bateria) em linguagem e sonoridade jazzística orientada pela presença de Stacey e do saxofone à Stan Getz de Jim Tomlinson (parceiro e marido da cantora). “É um disco ao vivo, orgânico, sincero. Para um amadurecimento de 50 anos se encaixa perfeitamente”, comemora Valle.
Rosa Passos
Samba Dobrado: Canções de Djavan
By Carlos Calado
Quem acompanha a carreira da cantora e violonista Rosa Passos já a ouviu interpretar canções de Djavan, compositor pelo qual ela não esconde a admiração. A identificação com o samba em seus diversos estilos, a maneira pessoal de abordar os ritmos, a sofisticação harmônica e o lirismo de algumas canções – estes são alguns traços da afinidade musical que os une.
Nada mais natural, portanto, que Rosa dedique um álbum como "Samba Dobrado" (lançamento da gravadora Universal), à música de Djavan. E como tudo que canta ou toca, ela o faz à sua maneira. Como na bela versão da canção “Faltando Um Pedaço”, que recebe um luxuoso arranjo com sopros. Ou na intimista releitura de “Pétala”, só com voz e violão. Ou ainda na jazzística versão de “Cigano”, que destaca o violão de Marcus Teixeira.
Aliás, a presença de músicos de alto calibre, como Fábio Torres (piano), Paulo Paulelli (baixo), Vinicius Dorin (sax) e Daniel D’Alcântara (trompete), entre outros, só aumenta o prazer de ouvir Rosa cantando Djavan.
Alberto Rosenblit
By Carlos Calado
Quem acompanha a carreira da cantora e violonista Rosa Passos já a ouviu interpretar canções de Djavan, compositor pelo qual ela não esconde a admiração. A identificação com o samba em seus diversos estilos, a maneira pessoal de abordar os ritmos, a sofisticação harmônica e o lirismo de algumas canções – estes são alguns traços da afinidade musical que os une.
Nada mais natural, portanto, que Rosa dedique um álbum como "Samba Dobrado" (lançamento da gravadora Universal), à música de Djavan. E como tudo que canta ou toca, ela o faz à sua maneira. Como na bela versão da canção “Faltando Um Pedaço”, que recebe um luxuoso arranjo com sopros. Ou na intimista releitura de “Pétala”, só com voz e violão. Ou ainda na jazzística versão de “Cigano”, que destaca o violão de Marcus Teixeira.
Aliás, a presença de músicos de alto calibre, como Fábio Torres (piano), Paulo Paulelli (baixo), Vinicius Dorin (sax) e Daniel D’Alcântara (trompete), entre outros, só aumenta o prazer de ouvir Rosa cantando Djavan.
Alberto Rosenblit
Mata Atlântica
By Mauro Ferreira at blognotasmusicais.blogspot
Basta ouvir o primeiro dos dez temas instrumentais alinhados por Alberto Rosenblit em seu CD Mata Atlântica - justamente o que batiza o disco recém-lançado pela gravadora Som Livre - para perceber que o pianista, compositor, arranjador e produtor musical carioca se embrenhou na floresta atrás do tom de Antonio Carlos Jobim (1927-1994), influência nítida na arquitetura e na orquestração de composições autorais como Mata Atlântica, Lagoa (ambientada em atmosfera que evoca o clima arejado da bossa nova), Guanabara (parceria de Rosenblit com Paulinho Tapajós) e Uma valsa. Produzido pelo trombonista e maestro Vittor Santos, Mata Atlântica apresenta repertório essencialmente autoral. A exceção é Navegante (Fernando Leporace e Alexandre Lemos). Para quem não liga o nome à música, Alberto Rosenblit assinou a composição das trilhas sonoras instrumentais de várias novelas e minisséries exibidas pela TV Globo. A trilha incidental da novela A favorita (2008) se destaca entre seus trabalhos na área.
Kenny Barron & The Brazilian Knights
By Mauro Ferreira at blognotasmusicais.blogspot
Basta ouvir o primeiro dos dez temas instrumentais alinhados por Alberto Rosenblit em seu CD Mata Atlântica - justamente o que batiza o disco recém-lançado pela gravadora Som Livre - para perceber que o pianista, compositor, arranjador e produtor musical carioca se embrenhou na floresta atrás do tom de Antonio Carlos Jobim (1927-1994), influência nítida na arquitetura e na orquestração de composições autorais como Mata Atlântica, Lagoa (ambientada em atmosfera que evoca o clima arejado da bossa nova), Guanabara (parceria de Rosenblit com Paulinho Tapajós) e Uma valsa. Produzido pelo trombonista e maestro Vittor Santos, Mata Atlântica apresenta repertório essencialmente autoral. A exceção é Navegante (Fernando Leporace e Alexandre Lemos). Para quem não liga o nome à música, Alberto Rosenblit assinou a composição das trilhas sonoras instrumentais de várias novelas e minisséries exibidas pela TV Globo. A trilha incidental da novela A favorita (2008) se destaca entre seus trabalhos na área.
Kenny Barron & The Brazilian Knights
By Marc Myers at JazzWax
Pianist Kenny Barron's first bossa nova album—West Side Story Bossa Nova—was recorded in March 1963. The session was led by Barron's older brother Bill, a gifted arranger and saxophonist. Kenny Barron played on three tracks—Jet Song, Something's Coming and Maria. The other tracks were handled by pianist Steve Kuhn, along with Willie Thomas (tp) Kenny Burrell (g) Henry Grimes (b) Charlie Persip (d) and Jose Soares (perc).
Fifty years later, Kenny Barron has released another—Kenny Barron & The Brazilian Knights (Sunnyside)— and it's beautiful. The album has all the lyricism and tenderness you'd expect from a pianist of Barron's taste and technique. Recorded in Rio de Janeiro in June 2012, the sidemen include Claudio Roditi (trumpet and flugelhorn), Idriss Boudrioua (alto sax), Mauricio Einhorn (harmonica), Alberto Chimelli (keyboards), Lula Galvao (guitar), Sergio Barrozo (bass) and Rafael Barata (drums).
In many ways, this is a tribute album honoring the music of bossa nova composers Johnny Alf (who died in 2010) and Mauricio Einhorn [pictured], who plays here. Other song choices include Antonio Carlos Jobim's Triste, Baden Powell's So Por Amor and Alberto Chimelli's Chorinho Carioca. Barron's own Sonia Braga is here, too.
On this album, we get to hear Barron's magnificent chord voicings in a swaying Brazilian setting. Since the bossa's lineage can be traced back in part to jazz, Barron's sound and phrasing fit in neatly. If you're unfamiliar with Einhorn's bossa harmonica, you're in for a treat. He manipulates the instrument to sound more like a reed instrument than accordion sidekick, which is a relief, and Claudio Roditi is superb.
What makes this album special is how delicate the group plays together. Songs surge without overloading, and melodies rule. And by recording in Rio, Barron is supported by an authentic bossa sound and feel. For me, a perfect bossa nova is like a glorious sundae. There's sweet texture without sugary thickness, a festive spirit without percussionists hijacking the feel, and an explosion of joy without melodies sliding into gooey nostalgia.
Once again, Barron's taste triumphs—this time with the breezy skills of Brazilian peers. What you get are surf-and-sand bossas that deftly avoid tilting commercial or folk. Barron's brother Bill, who died in 1989, would be proud.
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The Vanguard Date
By RBSProds
"The Vanguard Date" captures the triumvirate of master jazz pianist Steve Kuhn, legendary bass icon Ron Carter, and drum meister Al Foster in what is in fact the bookend recording to Life's Magic, both recorded over the same week's appearance in 1986 at the renowned Village Vanguard. Featuring compositions by Kuhn and Carter as well as notable standards, the set is a marvelous example not only of trio playing at it's finest with major contributions from all concerned, but also as the notes state, a "tightly structured" diverse pacing of the recording's songs. The 'best of the best' begins with the shape-shifting drama of Kuhn's "Clotilde", a sizzling version of Tadd Dameron's "Superjet" with Carter giving a seminar on the 'walking bass' with Foster relentlessly driving the group ahead, a great sensitive exposition of Carter's own beautiful jazz standard "Little Waltz", the interplay between the three on the gorgeous "I Thought About You", and perhaps best of all, the revelatory up-tempo morphing of Phil Perry's "Music Prayer for Peace" with unbounded Kuhn two-handed invention pushed hard by Carter and Foster is pure awesomeness. This recording is another example of recent 'finds' that have surfaced for the enjoyment of 21st Century jazz fans and Messrs Kuhn, Carter, and Foster were in grand individual and collective form before the Vanguard audience that week. All players are captured on a dynamic, clear soundscape. My Highest Recommendation. Five MARVELOUS Stars!
By RBSProds
"The Vanguard Date" captures the triumvirate of master jazz pianist Steve Kuhn, legendary bass icon Ron Carter, and drum meister Al Foster in what is in fact the bookend recording to Life's Magic, both recorded over the same week's appearance in 1986 at the renowned Village Vanguard. Featuring compositions by Kuhn and Carter as well as notable standards, the set is a marvelous example not only of trio playing at it's finest with major contributions from all concerned, but also as the notes state, a "tightly structured" diverse pacing of the recording's songs. The 'best of the best' begins with the shape-shifting drama of Kuhn's "Clotilde", a sizzling version of Tadd Dameron's "Superjet" with Carter giving a seminar on the 'walking bass' with Foster relentlessly driving the group ahead, a great sensitive exposition of Carter's own beautiful jazz standard "Little Waltz", the interplay between the three on the gorgeous "I Thought About You", and perhaps best of all, the revelatory up-tempo morphing of Phil Perry's "Music Prayer for Peace" with unbounded Kuhn two-handed invention pushed hard by Carter and Foster is pure awesomeness. This recording is another example of recent 'finds' that have surfaced for the enjoyment of 21st Century jazz fans and Messrs Kuhn, Carter, and Foster were in grand individual and collective form before the Vanguard audience that week. All players are captured on a dynamic, clear soundscape. My Highest Recommendation. Five MARVELOUS Stars!
(9 tracks, time: 53:13. This trio also appears in the "Live At Birdland" Steve Kuhn recording).
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